sábado, 11 de maio de 2013

ENSAIO SOBRE A EAD – ENSINO A DISTÂNCIA.


ENSAIO SOBRE A EAD – ENSINO A DISTÂNCIA.

Thaís Jordão 

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.

Resumo

O presente ensaio tem como reflexão sobre a importância do ensino à distância.
Buscando esclarecer como a internet, é uma ferramenta poderosa para se utilizar e aperfeiçoar os métodos de ensino, levando em conta, que a utilização da mesma, esta apenas para acrescentar uma nova dimensão, não desqualificando o ensino presencial. Considerando o contexto atual da Web 2.0 sendo assim uma das formas de transmissão e informação de conhecimento de forma mais abrangente e clara.
Desenvolvendo a potencialidade da informação e do conhecimento, a ainda neste contexto abrangente que se fala em formação e aprendizagem, na nova era do conhecimento rápido.

Palavras-chave: Educação à distância, ensino, conhecimento.

Abstract

This essay is to reflect on the importance of distance learning.
Seeking to explain how the Internet is a powerful tool to utilize and improve teaching methods, taking into account that the use of the same, this just to add a new dimension, not disqualifying-face teaching. Considering the current context of Web 2.0 is thus a form of transmission of knowledge and information in a more comprehensive and clear.
Developing the potential of information and knowledge, even in this context abragente spoken in training and learning in the new era of knowledge fast.

QUANDO E COMO SURGIU O ENSINO A DISTÂNCIA?

A educação à distância, é datada com inicio do século XIX, mas podemos dizer que antes disso já havia a EAD, com as cartas de Paulo de Tarso na bíblia onde é possível perceber um professor, através da pregação.
Paulo de Tarso, ou apostolo São Paulo, era hebreu e teve em sua infância educação rabina e educação grega. Paulo era um homem extremamente culto, era seguidor de Rabi Gamaliel, tinha cidadania romana, junto com seu conhecimento, foi fundamental em sua vida.
Ele se destacava entre os apóstolos de Jesus, era o pregador mais empenhado em seu propósito, sendo citado até os dias de hoje como o grande disseminador do Cristianismo através de suas cartas. Foi através destas cartas que deram a Paulo de Tarso, o título de Professor de EAD.
Paulo escreveu quatorze cartas, que foram transformadas em livro no Novo Testamento, buscando pregar a palavra de Jesus Cristo com ensinamentos para as comunidades que visitava, levando sempre o amor.
Ao lermos as cartas de Paulo podemos perceber como elas são ricas em detalhes, levando aquelas pessoas a refletirem sobre as palavras e suas condutas. De forma clara, as palavras dele sempre eram consultadas pelas comunidades. Fazendo de Paulo fundador da interação socioafetiva do EAD, fazendo ele o papel de tutor ou monitor, mantendo assim a motivação e perseverança, é possível perceber que ele alimentava a necessidade afetiva, social e de atenção como professor.
Deixo claro aqui, que estou apenas fazendo uma pequena relação entre o que conhecemos como hoje em EAD, mas podemos dizer que naquele tempo era o mais perto ou provável sobre o ensinamento à distância.
Mas em registros aceitos no meio acadêmico como EAD, trata-se de um anuncio em um jornal de Boston nos EUA de 20 de março de 1728 (Litto e Formiga, 2009), enviado pelo professor de taquigrafia Cauleb Phillips: "Toda pessoa da região, desejosa de aprender esta arte, pode receber em sua casa várias lições semanalmente e ser perfeitamente instruída, como as pessoas que vivem em Boston".

AS FORMAS DE EAD – ENSINO A DISTÂNCIA.

Em 1833, um anúncio publicado em um jornal da Suécia já se referia sobre o ensino por correspondência. Mas somente em 1856, foi fundada a primeira escola por correspondência, essa sim destinada ao ensino de línguas por Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt. Em 1891, a Universidade de Wisconsin começou a organizar cursos por correspondência nos serviços de extensões universitárias, por indicação de seus professores.
Em 1898, uma escola que ministrava cursos de línguas e cursos comerciais, divulgou seu primeiro curso por correspondência, dando assim inicio ao famoso Instituto Hermod, pelo diretor Hans Hermod.
Com o fim da primeira guerra mundial, foram percebidas novas iniciativas de ensino a distância, a população buscava uma nova forma de educação, podendo confirmar as palavras de William Harper, escritas em 1886: "Chegará o dia em que o volume da instrução recebida por correspondência será maior do que o transmitido nas aulas de nossas academias e escolas; em que o número dos estudantes por correspondência ultrapassará o dos presenciais." (1886 apud LOBO NETO, 1998)
Foi preciso que o serviço do correio, se aperfeiçoa-se, buscando assim agilização nos meios de transportes, portanto desenvolvendo meios tecnológicos, para a comunicação e da informação, deste modo mudando o destino da educação a distância.
            Em meados de 1922, a antiga União Soviética criou um sistema de ensino através de correspondência, que em dois anos foi possível atender 350 mil usuários.
            Buscando novas maneiras de ampliar esses meios de comunicação, iniciou-se o estudo por a utilização de um novo meio de comunicação, o rádio, que assim entrou também no ensino formal. O rádio, por sua vez conseguiu grande sucesso em suas experiências nacionais e internacionais, sendo explorado principalmente na América Latina nos tão conhecidos programas de educação a distância do Brasil. Ainda sim, se utilizava o material escrito e o correio para a sua locomoção, como base para seus cursos.
            Com o surgimento da televisão, foi possível ampliar essas formas de comunicação através de aulas com o áudio e o videocassete, usando assim as transmissões de radio e televisão e os videotexto. O Instituto Universal Brasileiro e o Instituto Monitor foram os progenitores responsáveis pelo Ensino a Distância no Brasil, pois tinham uma gama de cursos maior, entre eles os de técnico de eletrônica, secretariado, contabilidade dentre muitos outros. Depois tivemos os cursos de supletivos, que obteve uma aceitação da população, principalmente as da classe mais baixa, onde optou por essa formação, mas rápida e eficaz para aquele momento.
            O computador foi a mais recente descoberta como meio de utilização do ensino a distância, pois combina a tecnologia de multimeios, que são eles, textos, sons, imagens, novas ferramentas de aprendizagem, hipertextos, diferentes linguagens, feedback imediato, programas de tutorias informatizadas, etc.
            Percebi o quanto é oportuna a ressalva feita no Ensaio de BELLONI, do ponto de vista da sociologia, “que não há mais como contestar que as diferentes mídias eletrônicas assumem um papel cada vez mais importante no processo de socialização.” (BELLONI, Maria Luiza. Ensaio Sobre a Educação a Distância no Brasil in Educação & Sociedade, ano XXIII, nº 78, Abril/2002, p. 118).
Em 1996, com a nova LDB, o Brasil conseguiu dar um grande salto na educação à distância, assim podendo se constituir os primeiros cursos no ensino superior, sendo regulamentado pelo Ministério da Educação.

O QUE É EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.

“Educação a Distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação” (Decreto 2.494, de 10.02.1998 – artigo I).

            Podemos classificar a Educação à distância como o processo de ensino-aprendizagem, intercedido por tecnologias, onde se pode perceber que professores e alunos estão separados de forma temporariamente ou espacial.
Caracteriza-se pelo processo de ensino / aprendizagem onde é possível perceber que professores e alunos não estão juntos, fisicamente, mas que podem estar usando meios tecnológicos, conectados ou interligados, através de meios de comunicação, podendo ser eles o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e o mais utilizado hoje em dia a Internet, com aulas telemáticas.
O domínio da expressão “Ensino a distância” é dada ao papel do mediador, ou seja, o professor. Alguém que é capaz de ensinar a distância, de passar seu conhecimento de forma que não precise estar no mesmo lugar dos seus educando.
Pode-se classificar a educação como presencial, semi-presencial (parte se dar de forma presencial e a outra em forma a distância ou virtualmente.) e a educação à distância (caracterizada por ser no campo virtual). A presencial são os cursos regulares, onde o professor e o aluno se encontram no mesmo espaço, conhecido como sala de aula. Semi-presencial este pode acontecer uma parte em sala de aula e outra sendo em ambientes através de tecnologias. Já a educação à distância, pode vim a ter momentos presenciais, mas é fundamentada com professores e alunos em ambientes separados, ou em tempo, mas podendo estar ligados através das novas tecnologias.
A EAD pode ser realizada nos mesmo níveis que o ensino regular, mas sendo sempre mais adequada para o ensino de adultos, para aqueles que já obtém uma bagagem de conhecimento, para assim podendo consolidar a aprendizagem de forma individual. O aluno tem que ser autodidata, pois não terá um professor para lhe fazer cobranças, ele tem que ser curioso, questionador, critico, buscar trocar informações e dar sugestões.
O professor ganha um novo papel no ensino à distância, além de ministrar aulas em todos os níveis educacionais, na educação à distância ele se torna um intermediário dos saberes de forma coletiva, ao contrario de um fornecedor direto de conhecimento como se tem na educação presencial.
A educação a distancia, vêm mostrando o que deveria ser o foco do processo de ensino e aprendizagem, o intercâmbio entre todos os que estão envolvidos nesse processo.

AS GERAÇÕES DO ENSINO A DISTÂNCIA.

Podemos em três gerações descrever o ensino a distância, podendo citar os avanços e recursos tecnológicos para cada época.
Primeira geração: O ensino voltado através de cartas, por correspondência, materiais impressos que teve como inicio o século XIX. Destacando-se no Brasil o Instituto Universal Brasileiro, que vem atuando a muitos anos nessa modalidade de ensino, no país.
Segunda geração: Os telecursos ou as teleducação, levando em consideração os recursos dos programas de rádios e televisão, visando aulas expositivas, fitas de vídeos e materiais impressos. A comunicação através da mídia áudio visual predominou neste período. No Brasil o projeto Minerva se destacou em sua difusão pelo país.
Terceira geração: E a geração da educação a distancia do século XXI, onde os ambientes ficaram mais interativos, sem a limitação do tempo fixo para o acesso à educação. Podendo a comunicação ser em tempos diferentes, tendo a todo o momento a interatividade. Usando todos os meios de comunicação disponíveis, entre eles os chats, fóruns, wiki, plataformas de ambientes virtuais, assim possibilitando a interação entre professores e alunos de uma forma multidirecional.
           
CONCLUSÃO.

Podemos perceber que o EAD tem crescido muito no Brasil, com a facilidade que é proporcionada, mas deve se levar em conta que os cursos devem ter profissionais bem qualificados, as estruturas da sua grade curricular, as bibliotecas, os canais de comunicação e as salas de aulas virtuais, devem estar preparadas para atender ao publico abrangente, assim sanando suas dificuldade, proporcionando condições para uma boa formação, com níveis de exigências que os levem a cursar de forma seria e comprometida.
            Não podemos deixar de acreditar no ensino presencial, pois muitos cursos não tem como ser feito através de EAD, mas aqueles que podem ser feito de forma semi-integral têm perfeitas condições de serem oferecidos com uma formação de qualidade.
            Podemos levar em conta que os alunos que estudam a distância conseguem mostrar que são pessoas compromissadas, pois estudar a distância requer uma seriedade, mostrando assim o quanto profissionais qualificados podem ser.   
            O processo de mudança na educação à distância não será fácil e nem uniforme. Precisará de certo tempo, para que em todos os níveis da educação, aceitem essa nova mudança. Ainda podemos perceber a grande desigualdade econômica, o acesso ainda é restrito em alguns lugares e ainda existe a restrição de algumas pessoas que vêem com maus olhos a educação à distância.
            Mas isso ainda se torna normal, pois nem todos estão preparados para a mudança, é difícil mudar padrões adquiridos ao longo da vida, e muitos não obtém acesso a esses recursos tecnológicos, somente assim poderão possibilitar o acesso às novas tecnologias, os professores devem se preparar para a utilização de novas tecnologias.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

BELLONI, Maria Luiza. Ensaio Sobre a Educação a Distância no Brasil in Educação & Sociedade, ano XXIII, nº 78, Abril/2002, p. 118).
DECRETO N.º 2.494, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/D2494.pdf > Acesso em: 25 de maio de 2012.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. São Paulo: J.E.M.M. Editores Ltda., 1988.
LANDIM, Claudia Maria Ferreira. Educação a distância: algumas considerações. Rio de Janeiro, s/n, 1997.
LITTO, Fredric M., FORMIGA, Marcos.Org. Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.
LOBO NETO, F. J. da S. Educação à distância: regulamentação, condições
de êxito e perspectivas.Palestra proferida na Faculdade Federal Fluminense,
1998. Disponível em: < www.intelecto.net/ead_textos/lobo/htm>.  Acesso em: 17 maio de 2012.
LUCENA, Marisa. Um modelo de escola aberta na Internet: kidlink no Brasil. Rio de Janeiro: Brasport, 1997.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.  Referenciais de qualidade para educação superior à distância. Brasília. NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança; políticas e estratégias a implantação de um sistema nacional de educação aberta e a distância. São Paulo: Loyola, 1999.



[1] Pedagoga formada pela Faculdade Sumaré, cursando pós-graduação em Formação de Professores para o ensino Superior, pela Faculdade Sumaré – SP.
ª Rubem Alves – Escritor Mineiro, membro da Academia Campinense de Letras, professor-emérito da Unicamp e cidadão-honorário de Campinas, onde recebeu a medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura.

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