segunda-feira, 13 de maio de 2013

PROCESSO DE ENSINAGEM NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO


O ensinar é um elemento fundamental nesse processo, onde contém duas dimensões: uma utilização intencional e uma de resultado. É preciso distinguir quais ações estão presentes na meta que estabelecemos ao ensinar. Em se tratando de apenas passar a informação, bastará passá-la por meio da exposição oral, sendo uma boa palestra suficiente para o aluno aprender a memorização.
No entanto, se nossa meta se refere à apropriação do conhecimento pelo aluno, é preciso se reorganizar e partir na direção do apreender, que segundo Anastasiou e Alves (2009), do latim “apprehendere”, significa segurar, prender, pegar, assimilar mentalmente, entender, compreender, agarrar; por parte do estudante exige ação constante e consciente: informar-se, exercitar-se e instruir-se. Essa ação conjunta de professor e alunos propiciam a escolha e efetivação de estratégias diferenciadas que facilitem esse novo fazer aulas.
O termo ensinagem indica uma prática social entre os sujeitos, professor e aluno, que envolve tanto a ação de ensinar quanto a de aprender, decorrentes das ações na sala de aula e fora dela. Propõe-se uma unidade dialética processual, na qual o papel condutor do professor e autoatividade do estudante se efetivem em dupla mão, num processo de ensino e aprendizagem.
Nesse contexto afirma Vasconcellos, (1994): “é fundamental a mediação docente, que prepara e dirige as atividades e as ações necessárias e buscadas nas estratégias selecionadas, levando os alunos ao desenvolvimento de processos de mobilização, construção e elaboração da síntese do conhecimento”.
As estratégias, utilizadas como ferramentas de trabalho são definidas pelos docentes ou contrato didático.
Sendo que as atividades de ensino e de aprendizagem deverão atender às características do Projeto Político-Pedagógico do curso, que se reflete na área de estudo com seu conteúdo e dos sujeitos do processo.
Em relação a mobilização para o conhecimento, Vasconcellos (1994) sugere que se estabeleça uma articulação entre a realidade concreta e o grupo de alunos, com suas redes de relações, visão de mundo, percepções e linguagens, de modo que se possa estabelecer um diálogo entre o mundo dos universitários e o campo a ser conhecido. Ter clareza dos objetivos que se pretende atingir, socializá-los e vinculá-los com os alunos é uma forma de iniciar o compartilhar, com vistas a uma prática significativa nas aulas. O papel do professor será de desafiar, estimular, ajudar os estudantes na construção de uma relação com o objeto de aprendizagem que, atenda a uma necessidade deles, auxiliando-os a tomar consciência das necessidades existentes numa formação universitária.
A mobilização para o conhecimento se trata de possibilitar ao aluno o direcionamento para o processo pessoal de aprendizagem, desenvolvido de forma operacional com sua práxis ou múltiplas linguagens, que pode ser perceptiva, motora ou reflexiva. Com a utilização de: estudo de textos, vídeos, pesquisas, estudo individual, debates, grupos de trabalhos, seminários, exercícios, etc.
Daí a importância da escolha das estratégias como propostas aos estudantes para a construção do conhecimento.
Vasconcellos (1994) cita algumas categorias que poderão orientar a definição das atividades dos universitários: significação, problematização, práxis, criticidade, continuidade e ruptura, historicidade e totalidade; sendo as estratégias escolhidas no momento de construção do conhecimento:
Significação: visa estabelecer os vínculos, os nexos do conteúdo a ser desenvolvido com os interesses e prática social do aluno. Assim, a proposta efetivada deverá ser significativa e vinculada de forma ativa para o aluno, por meio das relações existentes entre as necessidades e finalidades que ligam o aluno ao objeto do conhecimento;
Problematização: na origem da busca de todo conhecimento está colocado um problema, cuja gênese deve ser recuperada no estudo do conteúdo; pensamento do aprendiz se identifica melhor com situações em que possa tanto mover-se quanto identificar-se em diferentes posições, questionar;
Práxis: ação (motora, perceptiva, reflexiva) do sujeito sobre o objeto a ser conhecido. Tendo em vista que toda aprendizagem é ativa, exige, portanto, essa ação, que também possibilita a articulação do conhecimento com a prática social que lhe deu origem;

Criticidade: o conhecimento deve estar ligado a uma visão crítica da realidade, buscando a verdadeira causa das coisas e a essência dos processos naturais ou sociais, superando a simples aparência deles;
Continuidade e ruptura: parte-se de onde se encontra o aluno (senso comum, visão sincrética ou inicial) para, sob o efeito da análise pela ruptura, possibilitar a construção de uma nova síntese que represente um conhecimento mais elaborado e qualitativamente superior;
Historicidade: trabalha os conhecimentos em seu quadro relacional, destacando que a síntese existente em cada momento, por ser histórica e contextual, poderá ser superada por novas sínteses.
Totalidade: combina a síntese com a análise, articulando o conhecimento com a realidade, seus determinantes e seus nexos internos.
Nesse contexto, a interação intencional, planejada e responsável entre universitário, professor e objeto de conhecimento consiste a essência da relação pedagógica. 

Um comentário:

Olá! seja bem vindo à feira de saberes, pode chegar meu amigo, tá fresquinho!!!